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Como vimos, os resfriados são bem mais comuns do
que as gripes e seus sintomas mais brandos, raramente produzindo febre e restringindo-se às vias aéreas
superiores, nariz e garganta, raramente se estendendo e causando as graves complicações bacterianas,
mas que, ainda assim, podem ocorrer. O resfriado, além de não produzir epidemias, ocorre durante o ano todo, porém, sempre em maior número nas épocas
mais frias, nas mudanças das estações ou na entrada das frentes frias. Já podemos, então, começar a perceber como os fatores climáticos são fundamentais na deflagração de resfriados e gripes,
apesar destas doenças serem provocadas por vírus que são entidades vivas. A grande descoberta de Pasteur, a prova de que as doenças infecciosas eram provocadas pelos micróbios,
derrubando a antiga teoria da geração espontânea, que atribuía estas doenças aos “miasmas atmosféricos”,
fez com que a pesquisa médica concentrasse esforços quase que unicamente em combater os micróbios já
atuando no interior do organismo, quando a infecção está instalada e pouco podemos
fazer. Desta forma o combate aos micróbios ainda fora do organismo tem sido frequentemente negligenciado.
Consideramos fora do organismo quando os vírus e as bactérias, apesar de já estarem albergados na mucosa do nariz
ou da garganta, ou seja, dentro do corpo, ainda não conseguem provocar as doenças infecciosas das vias aéreas, pois ainda
não penetraram nas células da membrana mucosa, a grande parede protetora, a barreira mais importante e a
verdadeira sentinela das vias respiratórias contra os micróbios. Como conseqüência, menos importância foi dada aos mecanismos íntimos de atuação dos microorganismos nas mucosas e à
participação destes na defesa contra as infecções mais comuns das vias aéreas, os resfriados e as gripes,
e ainda, como o estado dessas mucosas poderia responder físico-quimicamente aos fatores
climáticos e/ou ambientais que atuam na superfície do nosso corpo. Ao invés, os estudos se concentraram muito mais na parte imunológica, ou seja, nas reações de defesa produzidas
pelo organismo através do sangue, após os micróbios já terem penetrado neste através da parede mucosa. Hoje em dia já existe uma ciência nascente denominada de “climatologia” ou
"biometeorologia", que possui uma Sociedade no Brasil desde 1995 e estuda as influências
do clima nos mecanismos íntimos do corpo humano e dos animais, por exemplo: como as frentes frias podem influir
numa antiga cicatriz ou nas dores reumáticas a ponto de algumas pessoas sentirem a aproximação destas através de dores ou
repuxões. Ou, de como, abaixo dos 19°C, a membrana mucosa do nariz produz menos muco e torna-se menos
eficiente contra os microrganismos, ou ainda, de como o ar frio constringe as vias respiratórias reduzindo a capacidade pulmonar
e favorece as pneumonias. Outros autores já sabem que na iminência de frentes frias ou nas simples mudanças
do tempo, aumenta a quantidade de íons positivos no ar, ou seja, campos elétricos carregados
positivamente e que podem influenciar o corpo humano como um todo, agindo no nosso estado físico, mental, e
também nas mucosas, através de alterações no equilíbrio dos elétrons do corpo. Esses fatores climáticos ou ambientais já foram considerados no passado, por médicos e cientistas de visão que
já mencionavam o assunto. Entretanto, suas opiniões foram sendo substituídas gradualmente
pela alta especialização dos estudos de microorganismos atuando sempre dentro do corpo humano e a resposta
de defesa dada pelo sistema imunológico através da reação antígeno-anticorpo: a microbiologia e a imunologia
científicas. A propósito, citaria o genial cientista e médico generalista alemão, Dr. Fritz Khan, bastante conhecido
entre nós nas décadas de 40 e 50 e que já defendia a tese de que os micróbios só conseguiam
penetrar as mucosas se estas se tornassem vulneráveis a eles. Em seu linguajar científico
simples, relativo à época, ele preconizava: "Todos nós sabemos que o reumatismo, a gota e resfriados, ou seja, coagulações da superfície das mucosas
da garganta e do nariz também ocorrem epidemicamente. Essas epidemias, entretanto, não são causadas por bactérias
ou vírus, mas sim, vice-versa: as perturbações elétricas da atmosfera fazem coagular os colóides nas mucosas e então, nesses
tecidos danificados começam a proliferar as bactérias como cogumelos filamentosos, que também só crescem em frutas estragadas
e não sãs". Eu li isto quando ainda era muito jovem, mas nunca mais esqueci, e hoje, concordamos com ele que,
para que os vírus do resfriado ou da gripe possam provocar as respectivas doenças, é fundamental primeiramente
que estes consigam ultrapassar a barreira de tecido epitelial localizada na entrada das vias aéreas e que,
sabemos agora, se relaciona direta
e intimamente com os fenômenos físicos que ocorrem na superfície de todo o nosso corpo. Tanto o epitélio que reveste a mucosa das vias respiratórias quanto o epitélio da nossa pele
têm a mesma origem embrionária e a mesma função: a de formar as camadas que recobrem as superfícies interiores e exteriores
de nosso corpo. A diferença é que a pele do corpo, ou melhor,
a epiderme, é formada por várias camadas, sendo que a mais exterior é queratinizada ou córnea, constituída por pele morta
e seca, impedindo assim, de forma muito eficiente a passagem dos microorganismos, a não ser que haja uma lesão nesta. Já o tecido epitelial mucoso, localizado na parte interna do nariz e da garganta, além de possuir apenas poucas
camadas de células, é naturalmente umedecido e não queratinizado, o que facilita a fixação ou adsorção dos microrganismos
na mucosa e sua possível penetração, sendo também, muito suscetível às variações de temperatura e
às variações elétricas, ou seja, dos elétrons livres que existem normalmente na atmosfera e na
superfície do nosso corpo. Começamos agora a entender porque somos tão sensíveis às variações climáticas ou ambientais no que tange à etiologia
dessas doenças; e, mais importante ainda, como os resfriados e gripes podem começar de um instante
para o outro, de uma forma quase que "elétrica ou instantânea", às vezes, após apenas
um ou dois espirros fortes, contrariando a duração do tempo normal dos processos infecciosos que
ocorrem na natureza, normalmente bem mais lentos. Grosso modo, nosso organismo pode ser comparado a um eletrólito, ou seja, a uma solução salina boa condutora
de elétrons. Consequentemente, quaisquer alterações elétricas que ocorram na superfície do mesmo se refletirão também em seu
interior, ou seja, se existir, aliada ainda ao clima frio, uma maior umidade boa condutora de elétrons
na atmosfera, poderemos sempre facilitar a entrada dos vírus, cujas doenças, apesar de não serem provocadas
pelo frio e pela umidade, podem vir a ser favorecidas por estes. Como veremos, isto pode ser facilitado também nos mecanismos de transmissão dos vírus
pelo ar e ainda no equilíbrio dos elétrons que ocorrem na superfície do corpo e que se relacionam
direta e intimamente com as mucosas úmidas do trato respiratório, principalmente
do nariz e da garganta e que estão todos intimamente ligados entre si. Tudo que acontece na superfície de nosso corpo se reflete de forma intensa nas mucosas das vias aéreas. Por isso, os resfriados geralmente começam pela garganta, geralmente após uma mudança brusca climática ou
ambiental, passando, depois, rapidamente à mucosa nasal do lado correspondente à região afetada
da mesma. Alterações ou perdas excessivas de elétrons no corpo e, portanto, nas mucosas, poderia facilitar a entrada dos
minúsculos vírus e este fenômeno pode bem explicar porque um corpo suado e exposto ao vento, mesmo no calor do
verão, pode se tornar também mais receptivo às infecções virais ou bacterianas. Por isso, a grande preocupação
dos treinadores, principalmente nos climas mais temperados, em cobrir os atletas após a prática esportiva intensa. Os vírus infecciosos têm maior facilidade do que as bactérias em penetrar as mucosas, pelo seu menor
tamanho e pelo seu maior poder de adsorção (fixação) no tecido mucoso, abrindo caminho depois para
as bactérias, em virtude dos estragos ou alterações iniciais produzidos na mucosa; o que
também ocasiona as célebres complicações secundárias bacterianas dos resfriados e das gripes:
as sinusites, otites, bronquites e até as pneumonias e as meningites, todas de difícil tratamento. Por outro lado, sabe-se ainda, que as membranas celulares produzem um gradiente de pH e de potencial eletroquímico
ao longo delas, tornando o interior do citoplasma eletricamente negativo e alcalino e o seu exterior eletricamente
positivo e ácido. Este gradiente de membrana faz então com que esta fique energética como se
fosse uma bateria carregada. Portanto, a alteração das cargas elétricas (elétrons livres) na superfície de nosso corpo por fatores
climáticos e ambientais e, portanto, nas membranas mucosas úmidas e boas condutoras de elétrons
poderia também alterar as estruturas moleculares da membrana, facilitando a penetração repentina dos microrganismos,
principalmente dos vírus. Finalmente, o frio e o calor também influenciariam a estrutura molecular dos tecidos que
compõem o epitélio mucoso, de forma semelhante como sentimos em nossa pele, quando a expomos
a banhos a temperaturas muito frias ou quentes, fazendo-a contrair-se, distender-se, ou ainda, irritar-se.
No frio, ocorrem ainda outros fatores importantes: uma maior vasoconstrição dos pequenos vasos capilares
fazendo com que menos sangue e, portanto, menos nutrientes e elementos da defesa orgânica (células de defesa ou anticorpos) cheguem
ao local da infecção. Finalmente, na intimidade das mucosas, o frio pode alterar a consistência e a quantidade do muco produzido
por estas e até os movimentos ciliares, favorecendo com todas estas alterações fisiológicas a entrada dos
vírus. Como vimos, uma das características desta parede mucosa é a de produzir muco que, dependendo da temperatura,
pode se tornar mais ou menos viscoso ou mais ou menos abundante. A parede mucosa ainda possui cílios, que se relacionam com a temperatura ambiente, e
respondem através de sua menor ou maior motilidade, permitindo, assim, varrer as sujidades e
os microorganismos com menor ou maior eficiência; e tudo isto dependerá também da consistência
do próprio muco, que é influenciado pela temperatura. Finalmente, todos esses fatores (a vasoconstrição dos vasos capilares, a consistência e a quantidade do muco
produzido e os movimentos ciliares) exacerbados pelo frio concorreriam também para facilitar
a penetração dos microorganismos nas mucosas, predispondo às infecções. Resumindo: o primeiro ponto que queremos que o leitor entenda bem, nesse enfoque dado às gripes e resfriados,
é que os vírus podem se fixar nas mucosas das vias aéreas, mas sem que consigam penetrá-las provocando doenças.
Nesse caso, somos apenas portadores dos vírus sem estarmos doentes, “portadores assintomáticos”, mas que, assim
mesmo podemos transmitir a doença para outras pessoas. O segundo ponto importante é que as nossas mucosas são muito sensíveis às variações climáticas ou ambientais
que agem nos elétrons livres da natureza e que se encontram na superfície
do nosso corpo e ainda, à temperatura, que age na fisiologia normal desta mucosa; a saber: frentes
frias, frio, calor, ventos, umidade, correntes de ar, ventiladores, etc., que atuam diretamente nas
mucosas das vias respiratórias onde eventualmente se encontram aderidos vírus e bactérias. As regiões do corpo mais sensíveis às variações climáticas e ambientais e que devem ser mais protegidas são: a
região da cintura, do tórax, as costas, o pescoço, as mãos e os pés. A parte do corpo que é menos sensível às variações climáticas é a face, seguida dos
membros superiores e inferiores e isso tem muito a ver com a nossa rota evolucionária: de como os hominídeos
se protegeram mais eficientemente com o fogo, roupas e abrigos do frio intenso, e
foram perdendo, aos poucos, os pêlos do corpo. É por isso que os mamíferos peludos têm muito maior resistência às intempéries climáticas do que nós, e
como conseqüência, às doenças infecciosas. Nesse ponto, é também muito importante salientar que, como conseqüência de tudo isso, podemos concluir que
o período ou tempo de incubação dessas doenças no organismo (tempo que leva entre o contato do
vírus com a mucosa e o aparecimento da doença) será quase sempre um tempo variável
e não fixo, como é preconizado, pois dependerá tanto ou mais da integridade da mucosa e dos fatores ambientais
que nela influem do que da qualidade ou da virulência dos microrganismos em questão. Enfatizamos que alguns sorotipos do vírus do resfriado estão sempre presentes na atmosfera e que nossas
mucosas, da mesma forma que a pele, estão sempre em contato com eles e com as bactérias do ar. Sendo
assim, são as barreiras do tecido epitelial (pele) e das mucosas do nariz e da garganta que impedem normalmente a penetração
desses vírus e bactérias no organismo. Na verdade, dependemos totalmente da
integridade da pele e das mucosas para não contrairmos as infecções. É por isso que quando sofremos queimaduras severas, um dos maiores problemas é o da infecção bacteriana, pois a pele
perde sua capacidade de se defender contra os micróbios. A presença do vírus da gripe no ar é mais rara do que a do resfriado
e por isso mesmo, contraímos muito mais resfriados do que gripes. Entretanto, como vimos, para ambos os casos,
é necessário que o vírus consiga romper a membrana mucosa, o que nem sempre acontece, apesar
de mantermos um contato quase que permanente com alguns tipos de vírus do resfriado ainda estranhos
para nós. Isto nos mostra claramente que, se estivermos bem agasalhados, aquecidos e eletricamente equilibrados, dificilmente
contrairemos essas doenças, mesmo compartilhando o mesmo recinto com pessoas já doentes, já gripádas ou resfriadas. Explica ainda, porque podemos ficar resfriados em qualquer época do ano e principalmente
no frio, e que contrair um resfriado não depende somente dos novos vírus veiculados nos surtos,
como no caso das gripes, porém, muito mais, da integridade da "barreira protetora da mucosa" e consequentemente
de todas as nossas medidas preventivas frente às condições climáticas e/ou ambientais. Finalmente, é importante também salientar que, mesmo que os vírus consigam penetrar a mucosa, não quer dizer que já
estaremos irremediavelmente doentes; resfriados ou gripados. Nesse ponto é que entram em jogo os fatores
da resistência orgânica individual que são transportados pelo sangue, os anticorpos do nosso sistema imunológico e que são
normalmente bem considerados pela medicina. Se o vírus já tiver sido identificado pelo organismo, ele será eliminado antes de conseguir se multiplicar
e produzir a doença e esta identificação pode ter sido feita por meio de uma vacina preventiva (vírus inativado
ou morto), ou pelo fato do organismo já ter tido contato recente com o vírus e, nesse caso, já
termos contraído a infecção recentemente. Esta é a famosa reação antígeno-anticorpo de defesa do nosso organismo, sendo o vírus o antígeno e
as células de nosso sistema imunológico, os anticorpos. Existem doenças, como a meningite meningocócica, que são transmitidas pelas vias respiratórias
por bactérias ou vírus e nas quais os portadores assintomáticos podem chegar a 30% na
população adulta e cujo o segmento mais vulnerável à infecção são as crianças. (veja no capítulo sobre as doenças). Torna-se importante aqui enfatizar que, na grande maioria dos casos, a meningite é precedida por um
forte resfriado que se instala e abre caminho para a infecção bacteriana, sendo, então, este resfriado suscetível
de ser contraído a partir das variações climáticas e ambientais que atuam em nosso corpo. Isto também pode ocorrer no caso das pneumonias, que também são infecções bacterianas que podem ser
facilitadas por uma infecção viral. Esta é a nossa terceira premissa importante: podemos, para fins práticos, considerar a nossa garganta como uma gruta escura e úmida que nunca pega sol e que alberga,
de tempos em tempos, vírus e bactérias que provocarão doenças infecciosas, se conseguirem permanecer por tempo suficiente,
até que nela consigam penetrar a partir de algum desequilíbrio físico-químico da mucosa . Nesse ponto, é que a técnica nº 1, da exposição da garganta ao sol, pode agir preventivamente para expulsar da orofaringe
os microorganismos indesejados adsorvidos ou fixados nela, antes que consigam penetrar a mucosa. Ou então, poderá agir
após resfriados e gripes e com a garganta já sã para expulsar os invasores resistentes e oportunistas, geralmente bactérias
que provocam as complicações pós-resfriados, como as sinusites, otites etc. É por isso que a natureza equipou a garganta com as amígdalas, cujo tecido linfático abundante tenta
nos proteger da contaminação ocasionada pela grande vazão de ar que penetra frontalmente
a elas. Porém, as próprias amígdalas podem ser eventualmente contaminadas e deterioradas pelos vírus e bactérias, tornando-se,
ao invés de um sistema de defesa, um foco de infecções e obrigando os médicos, por vezes, a extirpá-las. Pelo que pudemos constatar o clima também influi nos mecanismos de transmissão aérea de vírus
e bactérias: o sol, o tempo bom, estável e seco serão sempre mais saudáveis do que as instabilidades
climáticas insalubres, as quais favorecerão
muito mais os mecanismos da transmissão aérea de vírus e
bactérias. Tudo isso também ocorre porque o sol o grande "controlador" da quantidade de microorganismos
existentes no ar atmosférico e no solo e esta controle é feito através da ação da radiação solar, que atua diretamente
nos microorganismos e nas partículas aéreas de poeira que os transportam e na umidade que os
conservam no ar. No tempo nublado e úmido a radiação solar que nos atinge é menor em função da grande reflexão pelas nuvens (efeito
albedo). Neste caso, a umidade atmosférica aumenta e contribui também para manter ativos os micróbios patogênicos (geradores
de doenças) que, de modo geral, são mais sensíveis do que os não patogênicos, tanto à radiação direta do sol quanto ao dessecamento
produzido nas gotículas de umidade e poeira que os envolvem e os transportam pelo ar. Concluindo: a ação dos fatores climáticos nos mecanismo da transmissão aérea viral explica também porque contraímos
muito mais infecções durante o tempo frio, úmido ou durante o inverno e na entrada de frentes
frias. Os vírus que provocam gripes e resfriados são muito menores do que as bactérias, mas, da mesma forma que estas, são
veiculados principalmente pelo ar através da poeira, dos perdigotos (saliva), dos aerossóis (espirros), além de fômites
(objetos). Apesar dos vírus serem mais resistentes do que as bactérias à radiação solar e à
secura do ar, eles também sofrem influências ambientais ou climáticas semelhantes às bactérias. Interessante notar que, muitas vezes, quando passamos da sombra úmida para o sol espirramos, e isto tem mais a
ver com a evaporação intensa da umidade e às alterações eletrônicas na superfície do corpo do que com possíveis
vírus invadindo a mucosa nasal; porém, o ato reflexo do espirro é o mesmo, mostrando bem a íntima relação
dos fatores físicos e biológicos provocados pelo ambiente e que podem desencadear a reação
fisiológica do espirro. RESUMO FINAL - EXPLICAÇÃO SOBRE A AÇÃO DAS TÉCNICAS. Explicação da ação da técnica nº 1 - Exposição da garganta ao sol: Os benefícios decorrentes da exposição da garganta ao sol podem ser explicados: 1°- Pela ação direta do espectro
visível da radiação solar associada ao oxigênio do ar, produzindo um
efeito denominado "efeito fotooxidante" que já atua inibindo ou matando algumas bactérias
mais sensíveis, como por exemplo o meningococo. 2°- Pelo calor produzido através da radiação infravermelha, que recupera a fisiologia normal da mucosa e equilibra
as cargas elétricas. 3°- Pelos efeitos da radiação do espectro ultra violeta próximo, que é capaz de atuar
no núcleo das células bacterianas ou mesmo no DNA ou no RNA
viral. Quanto aos efeitos da técnica nas áreas adjacentes
à garganta, como nos seios nasais, seios maxilares, ouvidos e brônquios, em que a radiação não
atinge diretamente os locais afetados, acreditamos que a explicação
dos benefícios obtidos estaria no efeito ressonante continuado da radiação solar se aprofundando
nos tecidos moles, a partir da área da garganta exposta ao
sol. Quanto à ação da radiação solar nos quadros de depressão, como já dissemos, a única explicação
por enquanto, seria aquela relacionada a conceitos do esoterismo, onde a luz, com seus pacotes de quanta ou fótons (prana
vital) estaria iluminando e penetrando diretamente o chacra laríngeo (da garganta), e
daí, sendo distribuída para os outros centros de força do organismo. Isto se daria através
do canal principal eletromagnético que passa pelo interior da medula espinhal, "energizando" e equilibrando todo o corpo
físico. A energia atinge o corpo físico através do chamado Duplo Etérico ou Veículo do Prana, um contraparte do corpo físico
onde estão localizados os chacras (ou vórtices ou centros de força) nome derivado do sânscrito e que significa
roda. A partir deste ponto de vista, podemos tentar estabelecer
um elo entre a medicina científica e a medicina alternativa, lembrando conceitos modernos e
importantes da física que podem estar relacionados
ao que chamamos de "prana", ou seja: a dualidade onda-partícula da luz ou dos fótons, abordada pelo físico Peter Russel em seu
livro, "O Buraco Branco no Tempo", onde considera a luz como uma realidade ou como um domínio extra físico ou atemporal. Segundo ele, a luz seria a última fronteira
deste mundo material: "existem dois domínios distintos; existe o domínio da matéria, o domínio das velocidades inferiores
à da luz, que é um domínio de espaço, tempo e separação e existe o domínio da luz, onde a matéria nunca pode entrar
e no qual espaço, tempo e separação assumem propriedades distintas. No primeiro, há ondas e dualidades ondas-partículas e
no segundo, apenas intercâmbio de energia". Ainda, conceitos mais modernos, da física
quântica, através do "modelo do condensado de Bose-Einstein do tipo Fröhlich", para explicar a consciência
na célula, desenvolvido pela física e filósofa Danah Zohar em seu livro "O Ser Quântico". À propósito, a autora cita que alguns biofísicos, trabalhando em colaboração com o professor Fröhlich ou mesmo,
independentemente, encontraram evidências deste modelo através dos fótons no
âmbito da luz visível. Por exemplo, o físico Fritz Popp descobriu que as células vivas emitem uma leve "fosforescência", que é uma prova da
radiação de fótons, que ele denomina de "biofótons" coerentes. Outros cientistas no Japão descobriram os mesmos efeitos, que, segundo eles, devem estar associados a uma série
de atividades vitais e a processos biológicos. E até no DNA já foram encontradas evidências da ordenação
coerente de fótons, de acordo com o condensado de Bose-Einstein, que a autora admite finalmente poder ser a base
física da consciência nos neurônios cerebrais. Podemos, então, concluir que uma radiação extra de fótons, através da luz solar na garganta e esta
radiação atuando em todas as células do corpo, incluindo os neurônios, poderia suprir
de algum modo uma baixa atividade fisiológica nessas células, o que poderia,
além de vitalizar todo organismo, fazer reverter um processo depressivo mental. Tudo isso também explicaria os tratamentos através da imposição das mãos, em que a energia
vital do terapeuta é passada ao doente, o "pranic healing", cada vez mais utilizado, inclusive em hospitais importantes em
várias partes do mundo. Neste caso, acredito que a técnica da energia solar sendo aplicada na orofaringe poderia ajudar, não somente
os pacientes, mas, também, os terapeutas. Estes seriam beneficiados pela absorção direta e abundante do "prana vital", aumentando, desse modo, suas
capacidades curativas até em dias ou períodos de uma eventual menor disposição orgânica para tal, não
importando a metodologia ou a filosofia utilizadas nos tratamentos. Explicação da ação das técnicas nº 2 e 3 - Fricção e Reversão: As técnicas da Fricção e da Reversão, atuam em razão dos fundamentos já citados no texto.
A fricção e a reversão ajudam a recuperar o calor e o equilíbrio ou a
redistribuição das cargas elétricas nas mucosas. O calor gerado no local e o equilíbrio das cargas elétrostáticas e moleculares dificultam a penetração
nas células dos microrganismos adsorvidos à mucosa (vírus e bactérias), que acabam sendo eliminados pela
ação dos mecanismos fisiológicos normalizados: melhora da consistência e da quantidade do muco gerado, normalização
do movimento de varredura dos cílios e normalização da vasodilatação capilar. Explicação da ação da técnica n°4 - Hiperventilação: A técnica nº 4, da hiperventilação nasal, atua nos locais congestionados,
aumentando a ventilação e forçando o restabelecimento da tensão normal de oxigênio nas
área afetadas, o que tende a normalizar as condições fisiológicas anteriormente citadas, além de inibir
a ação de eventuais bactérias microaerófilas associadas. CONCLUSÕES
Não somente os microrganismos, mas os fatores climáticos ou ambientais que produzem os desequilíbrios nas mucosas influem
decisivamente no fato de contrairmos ou não resfriados e gripes e outras doenças respiratórias. Esses fatores ambientais influenciam nosso corpo como um todo, nas reações que ocorrem na intimidade das mucosas e nos mecanismos de transmissão aérea das doenças pelos vírus e bactérias. Então, não basta entrarmos em contato com algum vírus estranho ou mutante para pegarmos um resfriado, gripe ou uma outra doença infecciosa qualquer. Na verdade, estamos constantemente em contato com os vírus e com pessoas resfriadas ou gripadas
em casa, na rua, em hospitais, aglomerações, etc., sem nada pegarmos, se nossa mucosa estiver íntegra, impedindo,
assim, que o vírus estranho a penetre, adentrando o nosso organismo e produzindo a doença. Devemos, pois, saber viver com sabedoria, em equilíbrio com esses microrganismos, sem evitá-los de um modo exagerado
e sabendo que, mais do que tentar combatê-los já dentro do nosso organismo, é preciso aprender a preveni-los e a conviver em
harmonia com eles, pois a própria evolução está sendo vista hoje, menos como uma competição e mais
como uma cooperação entre as variadas espécies e o nosso organismo como uma verdadeira simbiose entre células e
bactérias. Como bem diz a neurocientista Candace Pert: "as células brancas do sangue (sistema imunológico) são como
pedacinhos do cérebro flutuando pelo corpo".
Para finalizar, gostaríamos de enfatizar que utilizando as quatro técnicas e observando as duas conclusões acima, podemos combater de uma forma natural e eficiente os vírus e as bactérias que causam resfriados e gripes e outras doenças infecciosas das vias respiratórias, antes mesmo destes entrarem no interior do nosso organismo e eventualmente produzirem as doenças. Esta atitude preventiva nos permitirá diminuir ou até eliminar o consumo de medicamentos.
Se as técnicas aqui apresentadas ajudarem algumas poucas pessoas, o objetivo estará alcançado. Os procedimentos demonstrados neste trabalho devem ser encarados como um recurso a mais, grátis e natural, na eterna luta do homem contra as doenças.
"Quero, pelo resto de minha vida, refletir sobre o que é a luz".
Albert Einstein BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Histologia; Arthur W. Ham; Guanabara Koogan,1967. Fisiologia Aplicada; Samson Wright; Livraria Ateneu,1967. Microbiologia; Davis, Dulbecco, Eisen, Ginsberg, Wood; Edart-S. Paulo,1973. Biology of Microorganisms; Brock; Prentice Hall,1974. Microbiologia General; Hans G. Shlegel; Omega,1975. Bioquimica; Lehninger; Edgard Blucher;1976 Microbiologia; Pelczard, Reid, Chan; MacGraw-Hill, Brasil, 1981. Modern Microbiology, Principles & Applications; Birge; WCB Publichers,1992. Microbiology, Concepts and Applications; Pelczard, Chan, Krieg; Mc Graw-Hill,INC,1993. Molecular Biology of the Cell; Alberts, Bray, Lewis, Ralf, Roberts, Watson; Garland
Publiching, INC,1994. Molecular Cell Biology; Lodish, Berk, Zipursky, Matsudaira, Baltimore, Darmel, W.E.; Freeman and Company, 2001.
LEITURAS RECOMENDADAS O Átomo; Dr. Fritz Khan; Melhoramentos, 195_ 5ª ed. O Corpo Astral; Arthur E. Powel; Pensamento, 1972. O Ser Quântico; Danah Zohar; Best Seller; 1990. O Buraco Branco no Tempo; Peter Russel; Aquariana, 1992. Luz, a medicina do futuro; Jacob Liberman; Siciliano,1994. A teia da vida; Fritjof Capra; Cultrix, 1996. A chave da longevidade; Helion Póvoa; Objetiva,
2001. Gripe, a história da pandemia de 1918, Gina Kolata; Record, 2002. O poder de cura da luz; Primrose Cooper; Pensamento,
2003.
Alexandre E. S. Visconti alex_visconti@uol.com.br Farmacêutico-Bioquímico, 61, casado, natural do Rio de Janeiro. Graduado
em 1972 pela UFRJ, trabalhou desde 1974 como pesquisador pelo INT/FTI-RJ, especializando-se em 1976 em microbiologia
e imunologia. Desde 1983 é professor e pesquisador na Faculdade de Engenharia Química de
Lorena-SP, hoje, Escola de Engenharia de Lorena, USP, e em seu Colégio Técnico. A Lorena, fevereiro de 2006. |