Técnica 2 - Fricção

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Fricção no peito: prevenção de bronquites, tosses em geral, asma e pneumonias. Fricção nas costas: prevenção de resfriados e gripes.

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Esta técnica não tem contra-indicações e é útil particularmente em crianças para evitar as bronquites e tosses em geral, bem como, para prevenir resfriados, gripes, pneumonias e a asma. Evidentemente  que a fricção serve também para os adultos que, na maioria das vezes, podem aplicá-la em si mesmos.

 

Após a fricção, a  pessoa  deve ser mantida aquecida  (bem agasalhada).  A fricção pode ser aplicada   nas costas para os resfriados e gripes  ou na região do tórax, para reverter  as infecções brônquicas,  tosses  e os  processos asmáticos,

 

Ela deve ser aplicada com as mãos e  por cima de uma camisa ou blusa  fina, tipo camiseta de algodão.  Não recomendamos friccionar a pele  diretamente  com auxílio de um emoliente qualquer ou pomada, pois isto trava a velocidade requerida pela fricção, que não é uma simples massagem, pois além do calor local  gerado,  equilibra  as cargas elétricas  do corpo e das mucosas.

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fricção no peito

Como aplicar a técnica 2 – A fricção.

 

Com a mão em concha ou com a ponta dos quatro dedos, friccionar com  força e ativamente  por, no mínimo,  1 minuto e, de preferência, por cima de uma camiseta de algodão por  toda  a  região do tórax, nos casos de tosse e asma, e pela região das costas, na  base dos pulmões,  nos casos de gripes e resfriados,  principalmente  na iminência da infecção, para tentar reverter o processo infeccioso.

 

Deve-se  levar  em conta  a idade da criança ao se aplicar a fricção. Assim, esta pode ser aplicada até em bebês, tomando-se apenas  o cuidado de usar  as pontas dos dedos ao invés das mãos  e  de  fazer apenas  uma  leve  pressão, porém, continuada.

 

A fricção é  uma massagem bem forte e não tem a finalidade relaxante. Ela deve ser feita com força e rapidez, de cima para baixo e vice-versa, durante 30 a 60 segundos  e quantas vezes forem necessárias durante um período,  mantendo   toda  a  região  aquecida  e  eletricamente  equilibrada.

Advertimos que as crianças em geral não gostam da fricção, mas é preciso  que se diga a elas  que as injeções ainda são muito piores.

 

Antigamente, quando aplicávamos as pomadas, normalmente passávamos as mesmas sem realizar a fricção, o que diminuía muito os efeitos benéficos. De qualquer modo, podemos sempre realizar a fricção sem o concurso das pomadas, por cima de uma camiseta fina e isto é o que recomendamos.

As pomadas  não são suportadas por algumas pessoas devido ao cheiro ativo intenso ou a processos alérgicos da pele, podendo ainda dificultar a fricção  em função  da viscosidade do produto. 

 

A fricção previne as complicações advindas de resfriados e gripes, como as  tosses, ou  até a pneumonia, desde que aplicada na hora certa. Nas crianças, deve ser aplicada de preferência à noite, antes de dormir, para acalmar a tosse, mas pode ser aplicada a qualquer hora do dia ou da noite e quantas vezes forem necessárias. Na tosse e nos processos asmáticos, a fricção deverá ser feita sempre na região do tórax e, para evitar ou minimizar  resfriados e gripes, esta deverá ser feita nas costas.

 

Nas regiões e cidades  mais altas muitas vezes a temperatura cai bastante de madrugada e as crianças se descobrem e perdem o calor do corpo mais facilmente  do que os adultos. São muito comuns os casos de pneumonia, principalmente nas crianças que já estão com tosse ou resfriadas e nesses casos uma fricção à noite e o agasalhar correto são muito importantes. Aos primeiros sinais de tosse forte e rouca deve ser logo aplicada  a fricção e mantido o calor do corpo para tentar reverter o processo infeccioso.

 

Nas regiões litorâneas o problema ocorre mais na entrada de frentes frias e pode começar com um forte resfriado que às vezes complica. Essas infecções de origem viral podem então  dar lugar a outras de origem bacteriana, como pneumonias  ou mesmo, meningites.  A prevenção deve ser sempre feita com o aquecimento do corpo através da fricção e de permanecer bem agasalhado  durante  toda a infecção viral.

As infecção virais, como resfriados ou gripes, muitas vezes abrem as portas para as infecções bacterianas, como pneumonias e meningites e no caso da meningite meningocócica em crianças  isto sempre acontece, tudo começa com um forte resfriado. 

Se aplicada no momento certo e  a  tempo, a fricção pode evitar pneumonias e até meningites.  Ela pode e deve ser  usada juntamente  com o tratamento convencional  a base  de  antibióticos.

 

Meu filho caçula nasceu prematuro e até  um  ano  se tratou com antibióticos para evitar as complicações brônquicas.  A partir desta idade, sentindo que não melhorava e tinha recaídas, comecei a aplicar a fricção à noite,  sempre que necessário para debelar os acessos de tosse que não o deixavam dormir.  Notei que ele se acalmava e  dormia e, muitas vezes, amanhecia completamente bom da tosse  e assim, com o  tempo, foi adquirindo maior resistência orgânica. No retorno ao médico, este, surpreso,  indagou  se o  estávamos tratando com homeopatia  e  lhe explicamos a técnica da fricção. Mandou, então, que continuássemos a aplicá-la  e  o menino  nunca mais teve que tomar antibióticos.

 

Existe um tipo especial de bronquite, denominada de bronquiolite, que é provocada pelo vírus sincicial respiratório (VSR)  e acomete crianças até 3 anos e principalmente entre 3 e 6 meses, no inverno e no tempo frio. Os sintomas nos adultos são semelhantes ao da gripe e normalmente  não há maiores conseqüências,  porém,  nas crianças,  pode complicar muito, atacando os alvéolos pulmonares e levando a um quadro de dificuldade respiratória.

O problema é que não  há  uma medicação específica.  Neste caso,  o  método natural deve ser aplicado:  o da  manutenção do calor corpóreo  e da fricção, o que  ajuda  o próprio organismo a reverter o processo infeccioso, evitando as internações hospitalares.

 

Quando jovem, tinha muita resistência ao frio e certa vez expus-me de madrugada  a um vento frio e cortante, andando na   rua de uma cidade    em pleno  inverno  com  o agasalho aberto e usando apenas  uma  camiseta  fina  por  baixo.

Passados  uns  cinco  minutos de caminhada,  repentinamente,  comecei a sentir o  peito crepitar ou borbulhar,  como se estivesse sendo literalmente tomado  por secreções.  Fechei imediatamente  o casaco e comecei a friccionar o  peito com força, revertendo logo o processo. Tenho  certeza  que, um pouco  mais de exposição do tórax  ao vento gélido, teria  me provocado  uma  pneumonia.

Este fato é muito  interessante para  demonstrar  a forte influência dos fatores climático-ambientais  e que permitem a entrada imediata  dos microrganismos no corpo;  ademais,   a  fricção  possibilita a também imediata reversão de um processo infeccioso oportunista,  ao cortar os mecanismos físicos desencadeantes num organismo saudável.

 

Um  amigo costumava dormir no verão com o ventilador ligado   na  direção do  seu corpo. Certa noite o calor estava insuportável e ele, suando muito, colocou, uma vez mais, o ventilador direto, só que bem próximo às suas costas. Na manhã seguinte,  soube que  já acordou com pneumonia e  foi  internado  no hospital.

Não se deve  usar  o ventilador direto no corpo enquanto se  dorme. A ventilação direta provoca evaporação intensa na superfície da  pele,  produzindo um desequilíbrio termoelétrico na superfície do corpo que se reflete imediatamente  nas mucosas internas.  Quando  não  revertido à tempo  (no caso, por estar dormindo) pode desencadear uma pneumonia causada pela bactéria Diplococcus pneumoniae.

 

Então, o  grande equívoco  da  medicina  convencional  é o de  geralmente   atribuir  a pneumonia  unicamente ao microrganismo, desconsiderando por completo todos os fatores físicos  ou   ambientais  envolvidos  no processo infeccioso.  Isto, forçosamente, induz  ao tratamento unicamente pela  ingestão exagerada de antibióticos,  que acabam por provocar uma   maior resistência bacteriana e menor resistência orgânica, num  círculo vicioso crescente  (leia o  capítulo sobre antibióticos, fármacos e auto medicação).

A mesma resistência  pode acontecer  com outras infecções, inclusive a vírus,  tais como resfriados e  gripes e  para as quais os antibióticos não surtem nenhum efeito.  

 

Aplicação da técnica da Fricção para a asma:

 

Aos primeiros sintomas de uma crise de asma, os músculos em torno dos bronquíolos pulmonares tendem a se enrijecer e se estreitar, aumentando a quantidade de muco produzido e piorando ainda mais o quadro geral. Se a fricção for logo aplicada no tórax, ela poderá reverter o processo asmático e, mesmo depois deste instalado, poderá minimizar a utilização dos fármacos ou mesmo reverter a crise.

 

A fricção pode ser feita preventivamente para reverter ataques de tosse ou de asma produzidos por agente infeccioso ou ambiental (alérgenos) e pelo frio.

Ataques de asmas ocasionais em excursionistas, montanheses desprevenidos, ou ainda, em pessoas que se expõem ao frio da serra, podem ser revertidos utilizando-se a fricção logo aos primeiros sintomas, o que pode salvar vidas. Após a fricção, a pessoa deve ser mantida aquecida e relaxada, em repouso.

 

Em julho de 1965,  participei de uma caminhada à Pedra do Sino, na Serra dos Órgãos, em Teresópolis. Passamos a noite no penúltimo abrigo antes de subirmos ao cume  no dia seguinte.  Havia no grupo um amigo nosso  que era asmático, mas que  raramente tinha ataques de asma e, talvez por isso, não  tinha trazido a bombinha com o medicamento, porém, devido ao frio intenso e à altitude, começou a passar muito mal.

Lembro-me que, preocupado, apliquei-lhe uma fricção no tórax e nas costas, tentando imitar o modo como meu pai fazia com a toalha ao sairmos, eu e meus irmãos, da piscina gelada do Parque Nacional e o coloquei deitado numa mesa grande  de madeira.  Fazíamos essas escaladas de uma  forma  muito  improvisada, apenas com a roupa do corpo e uns poucos agasalhos.  Disse-lhe  então para se acalmar e a sua respiração  foi  voltando ao normal até que ele pegou no sono e  acordou no dia seguinte  completamente  restabelecido.

Muitos anos depois soube de um caso semelhante de um jovem rapaz que não teve a mesma sorte: numa escalada e estando também  desprevenido, veio a falecer devido a um ataque agudo de asma.  Importante  ressaltar que, nessas horas, além da fricção, é necessário manter o paciente calmo para que não entre em pânico e complique todo o processo e a própria fricção  é um excelente  meio para tornar a pessoa mais tranqüila;  pelo toque com as mãos  e  pelo fato do paciente saber que está sendo socorrido.

A fricção pode também ser um bom recurso para as rinites provocadas pelo frio e pelo excesso de umidade, que provocam dores nos seios frontais e maxilares e que nos levam a confundi-la com a sinusite. Neste caso, a fricção deve ser feita com os dedos e nos locais da dor até aquecer e equilibrar os seios frontais e maxilares, não esquecendo de se evitar a exposição aos fatores predisponentes: frio intenso, correntes de ar,  ventos marinhos,  ventos  ao  andar de moto  e  umidade  e  exposição excessiva  ao  sol.

Entretanto, nunca é demais lembrar que, nos casos de sinusites, otites ou rinites alérgicas, a melhor técnica é a  da exposição da garganta ao sol, desde que a garganta  não  esteja  inflamada,   e  esta   técnica   pode  ser  sempre  associada à técnica da  fricção  (veja o quadro-resumo das técnicas).

 

A fricção está ao alcance de todos e constitui-se num recurso tão simples quanto extraordinário,  podendo melhorar a saúde e até salvar vidas nos casos de pneumonias e asma.  Além disso,  garantimos que uma fricção bem aplicada no tórax  para  os acessos de tosse  é  muito melhor do que qualquer xarope medicamentoso.

 

 

 

 

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